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Casa de Amigo…

Pois… há séculos que eu não respondia um questionário.
Mas este é especial.
Vem da casa de um Agrestino arretado a quem eu já quero um bem danado.
Antigamente, em Casa Forte, havia uma casa que todo mundo frequentava. Era uma casa com enorme jardim e grandes terraços decorados com cadeiras de vime cobertas por almofadas coloridas, redes penduradas nas colunas, cestas de samambaias, santos de madeira e belas carrancas.
Os cheiros de livros e gosto de música mesclados com os de alho e cebola refogados na manteiga e azeite pelas manhãs ou goiabas amassadas no açúcar pelas tardes e espalhados no ar pelos ruídos que vinham da cozinha habitada pela Assunta, dona de mãos mágicas para todo tipo de comida boa, especialmente doces e sucos nordestinos.
Amigos chegavam sem prévio aviso, tocavam o badalo de latão pendurado no portão e entravam direto ao terraço do fundo. Se aboletavam em qualquer assento e lá vinha  Assunta com um cafezinho ou um suco, um sorriso lindo na cara larga de negra feliz.
Havia sempre alguém com quem conversar. Amigos levavam amigos, que imediatamente se transformavam também em amigos.
O dono da casa era sertanejo e sua casa funcionava assim como uma hospedaria para familiares e quem quer que viesse do sertão pernambucano.
Os frequentadores assíduos da casa não tinham mais que chegar e ficar o tempo que quisessem, conversando com o parente distante que nunca haviam visto na vida ou apenas lendo um jornal esquecido sobre uma cadeira ou um livro escolhido nas estantes do grande salão eternamente aberto e convidativo.
Assim mesmo é a casa do Agrestino arretado de quem falo aqui.

Manoel Carlos tem uma casa (virtual) igualzinha àquela de Casa Forte. Fresca, aconchegante, com cheiro de livro e de música, de alho e cebola, de bolo de rolo e doce de goiaba quente.
A gente chega e encontra gente de todas as idades, idéias, crenças, nacionalidades. Poetas, escritores, músicos, cozinheiros, cantadores, contadores de histórias.
E ainda tem o terraço decorado por janelas espetaculares para as belezas do Brasil…
É chegar e tomar assento… Escutar apenas ou dizer algo é escolha do amigo, ou amigo do amigo… ou passante que não resistiu à aura de camaradagem que escapa pelo portão e então, curioso, toca o badalo e entra para ver o que passa ali, e se apresenta e senta junto… e se quiser vira amigo.
Assim é a casa de Manoel. Só falta mesmo a Assunta aparecer de repente e oferecer o café recém coado.
Pois… ele me pediu para responder um questionário e publicar aqui na casa da esquina deste condomínio. É um prazer atender seu pedido.
Ex-Libris da Tugosfera
Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser?
Grande Sertão-Veredas de João Guimarães Rosa
Já alguma vez ficaste apanhadinho(a) por um personagem de ficção?
Sim. Por Riobaldo Tatarana.
Qual foi o último livro que compraste?
Os Grandes Gênios da Arte (vários autores)
Qual o último livro que leste?
84, Charing Cross Road – Helene Hanff e Histórias de Cronopios y de Famas – Julio Cortázar
Às vezes leio mais de um livro simultaneamente. E sempre um de poemas está sobre a mesa de cabeceira. Quem sabe assim eu sonhe em forma de poesia.
Que livros estás a ler?
Rayuela – Julio Cortázar
Que livros (5) levarias para uma ilha deserta?
Grande Sertão-Veredas – Guimarães Rosa
Cem Anos de Solidão – Garcia Marquez
Antologia Poética – Pablo Neruda
Antologia Poética – Fernando Pessoa
A Interpretação dos Sonhos – Sigmund Freud
Estrela da Vida Inteira – Manuel Bandeira
A quem vais passar este testemunho (três pessoas) e por quê?
De repente percebi que dois de meus indicados já estão na lista do Manoel. Só para confirmar o duplo voto indico:
Sérgio Borges do Pirata da Rua
Maria Odila do Digressiva Maria
E o terceiro e novo nome é Angela Lemos.
O motivo é o mesmo para os três. São pessoas sensíveis à literatura, que amam os livros tanto que seriam belos exemplares humanos nas reuniões noturnas e secretas de um possível Fahrenheit 451 again.

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