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Barcelona

Esse post sobre Barcelona é uma mistura de posts passados. Resolvi publicá-los aqui depois que Roseane, do blog Pavulagem da Ro, pediu-me um toque sobre a cidade, já que ela vai estar ali por uma semana.
Encontrei esses posts em um dos meus arquivos do Cicatrizes da Mirada.

( Clique sobre as fotos para vê-las maiores e melhores.)
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Sonhei por anos a fio estar em Barcelona com olhos-de mar-azul. Um sonho que parecia impossível enquanto escrevia-lhe cartas e e-mails. Agora que estava na hora de transformá-lo em realidade….eu queria mais.
Os seres humanos são assim, não é?
Ou isso é prerrogativa das mulheres?

Queria estar maravilhosa. Então, resolvi emagrecer uns poucos quilos e caber mais folgada no pretinho básico.
Pois sim… nem rezando pelo sangue de Cristo!
A viagem pelos Pirineus Aragoneses, uma semana antes de chegar à Barcelona, arrasaram com a minha “já-muito-fraca-força-de-vontade”.
As tentações eram constantes pois a gastronomia aragonesa é fantástica. As tapas do Bar Pau, na cidade de Jaca, os vinhos, os queijos de Anso (um pequeno pueblo pelo qual me apaixonei perdidamente), que maravilha!

Apesar de ter caminhado bastante, não perdi uma miserável grama.
“Antigamente se creia que las setas eran producto de la union de un rayo de sol y uma gota de rocío”. Isso dizia o cartaz do bar. Um bonito dito popular!
“Antigamente se acreditava que os cogumelos eram produto da união de um raio de sol e uma gota de orvalho”. E esse era o estímulo para que provássemos o mais variado cardápio de cogumelos da região. E com eles, os queijos artesanais e os pães caseiros… era impossível beber água. Era necessário um bom vinho.
E lá vinha o vinho!
Ah… e esqueci de dizer que antes da viagem, já pensando em Barcelona, fui mexer nos cabelos, claro. Qual era a estratégia mais conhecida de todas as mulheres para melhorar a auto-estima, antes do silicone e da lipoaspiração? Ir ao cabeleireiro e mudar o corte ou a cor dos cabelos, certo? Fui… eu não aprendo nunca!
Não entendo por que TODAS as mulheres conseguem um tom acobreado nos cabelos castanhos, mas os meus sempre saem cor-de-rosa, assim meio da cor do mercúrio cromo, assim meio da cor do ridículo!
Mesmo que eu tenha pedido sinceramente, em meu Espanhol claudicante, que as mechas fossem discretas e apontado para a menos espalhafatosa do cardápio, não escapei.
Pois bem…
Depois de uma semana em Jaca, caminhando sob o sol e tomando vários banhos de piscina, a cor das mechas passou do rosa-cromo ao amarelo-ovo-queimado…
A piscina é um dos instrumentos mais recomendados para destruir qualquer cabelo, mas eu seria mais louca se recusasse os prazeres da água com aquele calor!
Resolvi relevar a aparência e aproveitar o passeio. “Tudo dependeria dos meus modelos mentais.” Pensei muito zen.
E Barcelona chegando…
Quando estávamos à caminho da cidade eu ainda estava com idéias de felicidade. Mas a onda de calor chegou ao seu auge e, além de matar pessoas, não me deixou nem pensar…

Ao sair de casa pela manhã, em direção à Casa Batló, já estava suada até na sola dos pés.
E, a medida que caminhava e caminhava e caminhava, a roupa ia grudando na pele, o cabelo arrepiando como o de uma bruxa…e eu só queria um banho, dois banhos, três banhos… queria viver debaixo da ducha para sempre!
A roupa colada no corpo, o cabelo preso num rabo de cavalo e o cansaço extra que o calor emprestava a qualquer movimento, arruinaram com meu humor. Meus modelos mentais zen se transformaram em asas negras flutuando diante dos olhos e escurecendo, contra a minha vontade, momentos que poderiam ter sido magníficos.
Assim, sonhei com Barcelona no outono, no inverno, em qualquer outro momento do ano e de meu astral… mas eu queria sair dali imediatamente. Pensei nisso e logo veio uma lembrança astrológica. Isso! Estava a um mês do meu aniversário… claro!
Além de toda a onda de calor que invadiu a Espanha, estava em pleno INFERNO ASTRAL!!!!
Inferno. Inferno. Inferno. Só de pensar na palavra já me sentia queimar de dentro para fora. Ufa! Isso. Foi isso, claro!
Havia um inferno fora e outro dentro de mim! Não sou fã de astrologia, mas queria uma explicação… qualquer uma!
Bom, em alguns momentos de ferrenho esforço para controlar meu humor da cor de carvão e aproveitar as cores de Gaudí, pensava em meus amigos, em como gostaria de mostrar a todos as imagens que consegui guardar, como a incrível Casa Batlló e seu telhado dragão, suas chaminés de máscaras. Lindo! Parece uma casa construída pelas ondas do mar…
Vale a pena visitá-lo!
Antes era um edifício residencial, fechado ao público. Mas hoje é uma espaço para eventos absolutamente espetacular.
Adoro tudo o que Gaudí fez!
E fui , pela segunda vez, ver ao vivo e a cores a  Sagrada Família.
Para aguentar o calor, comprei um leque que vendiam diante da fila quilométrica, sob um sol de lascar o crânio. Impossível resistir. Comprei o maior de todos.
Sacudi minha discreta comprinha diante do rosto por todo o dia, sem saber que estava “falando”. Quando descobri sua linguagem, o danado dormiu dentro da bolsa a maior parte do tempo.
Imaginem que mensagem eu poderia enviar com um leque negro e rendado, enorme, os cabelos daquela cor e a blusa grudada no peito? É uma pena que o post sobre a linguagem dos leques tenha se perdido por aí… quem sabe o encontro também nos muitos cds de arquivos que tenho!

Voltando à Sagrada Familia

Iniciada em 1882 pelo arquiteto Francisco de Paula del Villar, o projeto era o de uma igreja neogótica.

Em 1883  Gaudí se encarregou em dar continuidade à construção. A partir de seus esboços sobre a forma geral do edifício, o arquiteto foi improvisando a sua construção e criando à medida que avançava o projeto. Ele dizia que a igreja tinha o espírito gótico, mas na sua própria linguagem.
Dizem que ele evoluía enquanto a construía e vice versa.
A obra era sua obsessão. Em seus últimos anos de vida, morava dentro da construção e só saía de lá para conseguir dinheiro e continuar o trabalho.
A fachada atual da Sagrada Família é apenas uma das quatro torres projetadas, e a obra continua ninguém sabe até quando. Totalmente construída com doações, ela avança lentamente.
Não creio que eu viva para vê-la terminada.
A Catedral de Gaudí é alucinante!
Quando a vi pela primeira vez, em 1994, havia menos torres e portas de entrada construídas. Creio ter visto apenas a Puerta de La Natividad. Mas agora boa parte do projeto inicial já está em estado avançado de construção.
A Puerta de La Passion conta com esculturas modernas, de Subirachs, inspiradas na obra de Gaudí que vimos depois, nas chaminés de La Pedreira ou Casa Milá.
Uma das características mais marcantes de Gaudí é a utilização de formas orgânicas em seus projetos. Suas colunas parecem galhos de árvores. Suas esculturas de ferro forjado mostram curvas e desenhos que parecem vivos. Seus telhados parecem sair de um conto de fadas ou bruxas… são cheios de máscaras imensas.

A Casa Milá  ou La Pedreira, como era chamado o edifício pelos antigos habitantes de Barcelona, que o consideravam feio ) é um prédio habitado, mas que pode ser visitado.
É impressionante o que foi capaz de criar o famoso arquiteto naqueles tempos, e admirável que tenham permitido suas inovações.
O pátio, as escadas, a cobertura com suas chaminés-esculturas e um apartamento completo, que foi comprado por um banco e decorado à moda art-deco do princípio do século, estão abertos ao público e valem a fila e o preço.
Eu gosto dele. Parece uma duna molhada, ou um conjunto de cavernas escavadas numa montanha… e quanto mais a gente olha, mas vê coisas!
E, detalhe importante, tem AR CONDICIONADO, meu maior objeto de desejo naqueles dias…
A Catedral de Barcelona, de estilo gótico, além de ser maravilhosa em si mesma, tem um encanto extraordinário, para os catalãos: um Cristo negro. O Cristo de Lepanto.
Segundo conta a tradição, ele estava na galera que levava Don Juan de Áustria, irmão bastardo do Rei Felipe II, durante a famosa Batalha de Lepanto contra os turcos, no século XVI. Falei nesta batalha quando contei sobre a vida de Miguel de Cervantes. Ele também estava lá.

O Cristo é especialmente reverenciado em toda a Espanha e mais ainda na Cataluña.
O coro da catedral, de madeira escura e trabalhadíssimo é alucinante. Pode-se passar horas descobrindo os detalhes esculpidos em suas cadeiras e tronos.
Sempre há muita gente visitando as belíssimas catedrais espanholas e eu, às vezes, queria esses lugares só para mim, pelo menos por uns minutos.
Queria não ter que escutar gente conversando, piscando flashes por toda parte, correndo de um lado para outro sem ver nada.
Queria não ver grupos de pessoas absolutamente desinteressadas no que estão vendo, mas seguindo seus guias muitíssimo interessadas em levar a maior quantidade de fotografias possíveis, mais ainda se forem dos lugares onde é proibido fotografar.
Eu saio do sério com esta gente! Tenho vontade de expulsá-los do templo, como fez Cristo com os comerciantes em sua época. Juro!
Onde estão minha bondade e compaixão?! Tóin!
Eles tem tanto direito de estarem ali quanto eu.
Outra visita que não se pode perder é à Igreja Santa Maria del Mar. Uma igreja também muito linda.
Ela alberga a Virgem Del Mar, padroeira das gentes de todos os mares.
E eu, enamorada por um pirata mediterrâneo, adorei ficar ali, protegida do sol, sentindo um frescor que vinha das pedras antigas, do teto altíssimo, da paz que os templos me dão…

Não sou religiosa mas sinto um encantamento enorme pelos templos. Eles realmente são construídos para propiciar essa sensação de colo macio, de conforto.
Nunca deixo de visitar as igrejas, as mesquitas, as sinagogas… não só pela arquitetura e história, mas também pelo que transmitem de acolhimento.
Quando você estiver viajando por qualquer lugar, na hora do grande frio ou do grande calor, não insista em bater pernas pelas ruas… busque um templo e fique lá por um tempo. E a melhor hora é quando está todo mundo nos restaurantes comendo e fazendo barulho.
Essa é a hora de estar quase sós num templo. Vá por mim…
Ano passado li uma novela muito boa, inspirada na construção desta igreja: Catedral del Mar, de Idelfonso Falcones. Se estiver traduzida para o Português, leiam. Além da trama excelente passada na época medieval, muito se fica conhecendo sobre fatos históricos reais da Cataluña.

Um programa imperdível de Barcelona é o Museu Picasso , que ocupa cinco palácios dos séculos XIII e XIV.
Conta com desenhos e pinturas de seus primeiros anos, além de cerâmicas e esculturas. Assim podemos entender melhor porque ele experimentou tantas mudanças na longa vida de artista.
Imagino que, pintando como pintava aos 14 anos, era impossível fazer o mesmo durante os 78 que lhe restavam de vida… tinha que inovar ou morrer de tédio!

Na porta do museu, um sujeito posava com os turistas fantasiado do quadro, O Arlequim Cubista, cuja orelha era um nariz. Perfeito!

Infelizmente não tenho a foto!
As Ramblas “do Planeta”, como diria Caetano é um lugar incrível. Ali acontece tudo. Na primeira vez que estive ali fiz questão de provar a orchata de chufas, que detestei. Pedi só por causa da música. Nunca mais!

As Ramblas são palco de todos os mímicos de Barcelona. Bailarinas, palhaços, princesas, Colombos, índios de arco e flecha, todos imóveis até que se jogue um moeda. Então eles se movem e agradecem. Um alegria para as crianças e os japoneses…

Eu gosto mais dos músicos. Sempre há músicos fantásticos nas ruas de Barcelona. Mas o melhor das Ramblas desta vez foi entrar no Mercado La Boqueria. Montanhas de frutas e especiarias. Verdadeiros quadros – ao vivo – de cor e alegria. Não resisti às amoras

Encontramos um pequeno bar de tapas e cerveja dentro do mercado. Comemos choquitos ( um molusco) e aspargos verdes a la plancha e dois litros de cerveja… que delícia! Ai!
Vou aproveitar para explicar o que é uma tapa.

Nada de violência, meus queridos, é só um petisco qualquer. Pode ser uma fatia de pão com tomate e presunto crú ou um pratinho de azeitonas, ou de mariscos, ou batatas bravas, salada russa…ou… ou….
A variedade é infinita e deliciosa, e o tamanho também. Tem bares que servem tapas que são verdadeiras porções, generosas no tamanho e no preço! A maioria das vezes nem se cobram as tapas… são presentes do bar. Cada bebida que se pede, eles servem uma tapa.
O nome tem a seguinte história: há muitos anos, uma lei obrigava os donos de bares que serviam bebidas alcólicas a dar um pequeno petisco para que os clientes não ficassem muito bêbados.
Já que na maioria dos bares, os espanhóis bebem em pé, junto ao balcão, o bocadito era servido em um prato pequeno que cobria o copo, como uma tampa.
(tapa em Espanhol)
O costume permanece até hoje.
Os espanhóis nunca saem para beber num único lugar. Eles tomam uma cervejinha aqui, pagam e saem… vão para outro bar, e outro … e outro… e assim saem de bar em bar. Só pagam a bebida e comem de graça. Ho, ho, ho…
Mas é preciso tomar cuidado, pois nem todos os bares servem tapas e nem todos são gratuitos. Por isso é bom saber antes!
Bueno, aprendi rapidinho o costume. E me encanta. Aproveitei todas cervejas e tapas de Barcelona. O pretinho básico que fosse ao inferno, ou ao fundo da mala já que no inferno estava eu!
Elegi uma saia e uma camiseta de algodão para a festa de aniversário de minha prima Paula, que trouxe os amigos de Londres para a “festa” e lá fomos nós para o Club Havana, na Barceloneta, comer, beber e dançar. Mesa reservada com antecedência.
Surpresa!! O ar condicionado era ótimo! No salão principal…
Nos reservaram uma mesa no salão lateral, sem ar… nem condicionado, nem natural. Uma estufa!
Reagimos revoltados ao “dar de ombros” do garçom e na cara de pau sentamos em outra mesa, que também estava reservada…
Mas quem disse que eles podiam ter ar e nós não?
Ao final, descemos para dançar. Escolhemos outra mesa, pois aí já não havia reservas, era de quem chegasse primeiro. Pedimos as bebidas, dispostos a curtir o melhor do Havana Club, a dança cubana!
De repente, percebi que a cada componente da nossa mesa que se levantava para dançar, sentavam desconhecidos com seus copos, como se fosse a coisa mais comum do mundo tomarem nossos lugares. Assim, quando as pessoas de nosso grupo voltavam do salão, já não tinham suas cadeiras. Como assim?
Assim. E pronto.
Ficamos entulhados num canto mínimo, com duas cadeiras para 11 pessoas, incomodando os novos donos da NOSSA mesa. Uma multidão chegando… e o ar condicionado acabando.
Tá bom. Tá bom…
“Modelos mentais, paradigmas…” pensei… “Que bobagem! Divirta-se…”
Tentei… Juro! E estava quase conseguindo, ajudada pela bebida fresca e a dança divertida comandada pelo cubano… mas quando saímos de lá e tivemos que passar mais de 1 hora para conseguir um taxi, a mais de 30 graus, às 3 da madrugada, andando de um lado para outro e tendo que quase lutar com os espertos que se atiravam pela porta do carro que nós tentávamos parar, o mal humor voltou com vontade de ficar.
Então… comecei a odiar Barcelona!


Às 4 da manhã, em casa, pensei que estaria finalmente livre da estufa.
Tomei uma longa ducha e deitei de frente para um ventilador lindo, fininho e vertical.
Isso, ele era apenas isso. Decorativo.
Tinha umas luzinhas de azul neón como olhos de extra terrestres no meio do escuro e soprava com uma elegância…
Pfussss…pfussss…
Ventilar que é bom, nipes nada!
Cadê meu leque???!!!
Não deu para dormir… e o dia seguinte já estava ali.
Nem imaginem minha cara de bom humor durante o café da manhã.
Mas como desistir de tudo ?!
Havia Paula e queríamos mostrar a ela o melhor da cidade.
Fomos ver o Palácio da Música. Bárbaro! Umas cores, uns desenhos!
Mas não pudemos entrar. Estava fechado, para reformas. Valeu ver pelo menos a fachada e comprar os postais.
Acho que o calor trouxe à Barcelona um forum de bruxas!
Ou foi o contrário?!
Então…
Para escapar do forno que estava mergulhada a cidade, um templo ou um museu são as pedidas mais refrescantes. E decidimos pegar a estrada e ir ao Museu – Teatro Gala-Dalí, em Figueres. Fora de Barcelona.
Parece que todo mundo teve a mesma idéia. Depois de uma hora e meia na fila, ao sol, e muito sorvete de limão, finalmente entramos para ver a genialidade do artista.

É impressionante! Desenhos, esculturas, pinturas, frescos nos tetos, composições artísticas muito loucas… valem o sacrifício da fila, embora para o meu gosto, o museu guarde muitas extravagâncias do artista e não os seus melhores trabalhos. Um dos que mais chamam a atenção é um enorme quadro onde se vê o ex-presidente americano Lincoln. Olhando por um “catalejo”, se pode ver os detalhes do quadro e o corpo desnudo de Gala, sua mulher, debruçada sobre uma janela. Também impressiona o fresco do teto de uma das salas do museu, em que Dalí e Gala sobem para o céu.Ou o trabalho que representa a famosa Mae West, com um sofá em forma de boca e uma lareira em forma de nariz.Subindo umas pequenas escadas, o expectador pode ver, em composição com as cortinas, o rosto da atriz.Duvidoso gosto artístico, mas sem dúvida, criativo.

O museu não é só composto de obras provocativas. Dalí era um gênio da pintura e do desenho. Era um show de técnica. Mas ele adorava provocar e viveu o bastante para expressar todos os fantasmas de seu inconsciente, além das mirabolantes expressões de um ego fenomenal.
No dia seguinte desisti das cidades e pedi, pelo amor de deus, um parque. Vento, sombras… AR!
Então fomos ao Parque Güell, idealizado por Gaudí. É lindo… e fresco. Fiquei um tempo escutando um artista que tocava a guitarra espanhola, sob uma sombra deliciosa, cercada de colunas lindas… e senti-me mais feliz. Muito mais feliz…
Vi um dragão colorido sobre uma fonte de água fresca, e me apaixonei por ele. Trouxe uma réplica pequenita para meu invernadeiro. Adoro olhar para ela, pequena e encantadoramente colorida. O dragão é um dos símbolos da cidade de Barcelona. Por todas as lojas de suvenirs ele está, em todos os tamanhos e materiais.

Os bancos do parque, anatômicamente desenhados para aproximar as pessoas e facilitar a comunicação são decorados com pedacinhos de cerâmica de todas as cores e proporcionam ao visitante uma vista maravilhosa da cidade.
Não levem em conta meu humor, expressado tão enfaticamente aqui. Barcelona não teve culpa. A cidade é fantástica, mas estava sob o efeito de uma das maiores ondas de calor que assolou a Europa. Só sugiro aos viajantes que não escolham o mês de Agosto para estarem ali, se puderem.
A umidade do ar, a quantidade de gente nas filas, o sol de derreter os neurônios… é desesperador, pelo menos para mim.
Na volta do parque, um passeio pelo Porto Olímpico, a vista dos barcos à vela e navios de cruzeiro, branquíssimos e enormes, as pessoas de todo o mundo passeando pelas lojas, bares e restaurantes , a praia repleta de banhistas, os topless de todas as idades e tamanhos, e muitas paradas para uma cerveja ou um sorvete ou uma água pelo amor de Deus!
Isso tem que ser muito mais gostoso no Outono ou na Primavera, disso não tenho dúvidas!
No verão os sol só desaparece às 10:00 horas da noite. É um dia largo demais!
Eu já estava querendo a noite, a brisa… os terraços frescos.

Mas desta vez, nem de noite havia brisa. Era o inferno, de verdade!

Então… caminhando e caminhando, dei de cara com a Séphora, uma famosa loja de perfumes. Quase um supermercado de vidrinhos maravilhosamente cheirosos! É de enlouquecer entrar nessa loja.
Agora, meu presente de Barcelona foi a Happy Books. Uma livraria especial, com preços super especiais. Fiquei louca, babando como um cãozinho sedento com tantas ofertas!
Comprei um exemplar de História da Arte, ricamente ilustrado e encapado em caixa e fita de seda, por míseros €15,00, quando qualquer publicação deste quilate vale de €70 a €90 , por baixo!
Voltei “happy woman” para Santorcaz, com meu dragãozinho e meu livro debaixo do braço.
E voltar lá só em Novembro, com frio, se Deus quiser!
Pois, desta vez, nem pensei em dançar a Sardana diante da Catedral.
Quando estive ali, na Primavera de 94, tive o prazer de dançar o baile mais característico da Cataluña… e que eu morro de vontade de repetir.
Desta vez sequer pude ver o enorme grupo de pessoas rodando com as sapatilhas de lona e os braços erguidos, num grande círculo humano a “ciranda” espanhola.
E também não pude escutar um violinista ensaiando suas partituras no átrio em frente a Torre Antiga, no coração do bairro gótico dessa cidade encantada…
Com aquele calor, só turistas estavam nas ruas.
Mas eu volto lá… ah! se volto!
Belo lugar… belíssimo!

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Semana Santa em España

A primeira vez que vi uma procissão de Semana Santa na Espanha fiquei muito impressionada. Na época, escrevi para o blog Cicatrizes da Mirada. Estávamos em 2003 e meu blog tinha mais ou menos um mês.
Não havíamos podido viajar até a Andaluzia ( região famosa pelos espetáculos sacros durante essa época ) e assistimos as procissões de Alcalá de Henares, a cidade mais próxima ao “pueblo” onde eu morava. Fiquei absolutamente encantada!
A cidade estava toda apagada, as luzes das velas jogando tons amarelados sobre os muros antigos da muralha, as sombras dos penitentes, encapuzados e vestidos com longos hábitos e capas com as cores de sua confraria, projetando-se pelas ruas. O silêncio apenas interrompido pelos sons dos tambores.
Tum-tum…tum-tum!
Sob os hábitos e os capuzes que os igualavam em forma e altura, os penitentes tinham visíveis apenas os olhos e os pés, muitos deles descalços, com grossas correntes prendidas nos tornozelos que arranhavam o asfalto num ruído mórbido… srenckmm…srenckmmm… lentamente e repetidamente….o mesmo ruído… Apesar de nossa presença, eles iam caminhando compenetrados, cumprindo suas penitências.
No começo foi dando em mim um estado de letargia…
A respiração parecia seguir o mesmo passo lento de todos… e depois era como se voltássemos no tempo… não estávamos mais aqui, no início do século XXI e sim em algum lugar de um passado sem data, sem tempo, sem hora.
Por um tempo indefinido a procissão passou… lenta, pacientemente…e meu coração quase parou.

Eu não sou religiosa, mas respeito as crenças alheias. Gosto dos rituais litúrgicos e adoro a música sacra. Ficar em silêncio numa hora dessas é um sinal de cuidado e consideração, mesmo se as pessoas que estejam ali assistindo não tenham qualquer devoção católica.
Mas este silêncio todo, descobri depois, era fruto de um comportamento regional. Em Castilla as procissões são mais formais, mais solenes, mais medievais.
Em Andaluzia todo mundo fala, ri, joga flores e elogios às suas imagens. Se por um lado essa abertura toda é bonita… por outro dá lugar a que muita gente que está ali nem se preocupe com a procissão, converse em voz alta, grite ao telefone bem no pé do seu ouvido, fume na sua cara e beba em latas que joga pelo chão durante o desfile e, para mim, isso desvirtua o ato religioso, desrespeita o fiel e desprestigia o espetáculo.
Na minha opinião a Semana Santa da Espanha é um evento mais do que religioso. É um evento estético. É uma expressão da arte sacra. E já compreendi que esta arte faz parte da pele e do sangue deste povo.
Por uma semana completa, a Espanha inteira é um grande palco por onde desfilam as tradições católicas. Cada pequeno pueblo tem seu Cristo, sua Virgem especial.
As procissões serpenteiam pelas ruas das grandes e pequenas cidades, dia e noite, como um rosário de contas coloridas, cada uma com suas características próprias. Cada uma é única.
Essas fotos acima foram feitas em Tarifa, ao sul da Andaluzia. Ali também as pessoas não se cortam em conversar durante o cortejo ou andar por entre os penitentes, como se eles não estivessem ali.
Isso me incomodou muitíssimo.
De qualquer forma, em Tarifa, as confrarias também não se importam. Jamais vi algum penitente ou organizador impedir o passeio desrespeitoso por entre suas alas. Todas as noites da semana saem de suas igrejas e desfilam pelos becos estreitos, enfrentando o vento, o frio e o descaso da grande maioria de seus assistentes, insistindo em manter o clima de compenetração, que é quase impossível.
Desta vez eu tive pena deles . Tanto esforço, tanto sacrifício para que as pessoas passeassem por entre os círios, tropeçando em seus nazarenos, indiferentes ao seu significado.
Tarifa se enche de turistas de praia, a maioria jovens e estrangeiros. Eu entendo que não se interessem, mas bem que podiam passar por outra rua… que custa?
Meu cunhado e minhas sobrinhas participaram de duas procissões. Fiquei com um pena deles!
Mas…de qualquer forma, assistir o espetáculo sempre vale a pena. É preciso ter paciência, buscar um bom cantinho, num rua com menos movimento e exercitar a benevolência e a compaixão.
Bueno… é preciso também saber onde ir. Se quiser mais recolhimento é melhor não ir à Andaluzia.

Málaga, Cádiz, Salamanca, Ávila, Segóvia,Toledo…. todas as cidades tem seus rituais.
Zamora desfila em absoluto silêncio e quando canta é um mísere gregoriano. Lindíssimo!
Sevilla grita, chora e aplaude. Emocionante também!
Cada um com seu estilo e sua tradição.
Em qualquer lugar do país há um espetáculo imperdível, pode apostar. Por minha vontade eu iria cada ano a uma região.
Os Pasos são obras, em sua maioria, de madeira e metal. Sobre eles vai uma imagem de Virgem ou de Cristo que representam uma das muitas confrarias de uma igreja da cidade.
As Virgens são lindas, todas cobertas com rendas renascentistas e espetaculares mantos bordados, com suas lágrimas de cristal transparente, rodeadas de luzes ou velas. A gente arrepia só em vê-las passar, sofrendo todos os dias a morte de seu filho.
A mais famosa delas é a Macarena, de Sevilla.
Há lindos cantos e poesias em sua homenagem e quando ela desfila a cidade inteira está nas ruas por toda a noite. Gritam seu nome entre lágrimas: “Guapa! Guapa!” (Bela, bela!)
Os Cristos morrem em suas cruzes, pedindo ao povo que recordem sua dor.

Por baixo disso tudo, homens e mulheres vestidos com roupas reforçadas por turbantes e peças alcochoadas, levam sobre os ombros o peso de mais de mil quilos.
São os costaleiros, tradicionais em toda a Espanha. Poucas são as procissões que utilizam rodas em seus Pasos.
É belíssimo ver como se movem mais de duzentos pares de pés, dentro de suas sapatilhas de esparto, ao mesmo passo, ao mesmo ritmo, balançando-se levemente para fazer mecer o Paso e sua imagem querida.
Sobem e descem encostas, metem-se em ruas tão estreitas que pensamos que será impossível vencer o desafio, dobram-se sobre os joelhos quando precisam desviar de alguma construção mais baixa ou passar por uma porta impossível e seguem bailando, como se não sentissem o peso que carregam por muitas horas… às vezes por toda uma noite.
O Cristo ou a Virgem balançam no alto, como se viessem levitando sobre as cabeças dos fiéis. Uma mudança de ritmo da música é acompanhado por uma mudança de ritmo nos passos dos que os carregam…
Uma coisa linda! De arrepiar todos os pelinhos do corpo…
Algumas dessas imagens são obras de arte que tem um valor incalculável, além de muitas histórias, mas isso não importa muito. O simbolismo que representam é o mais valioso…
De repente, o Paso para. E de uma sacada uma mulher começa a cantar, à capela… sem música alguma que a acompanhe. É uma Saeta. Uma prece triste e ardorosa, bem ao estilo espanhol, como uma canção flamenca.
E nesse momento, os pelinhos do corpo parecem saltar para fora…
Parece, por instantes, que as gentes que desfilam e as que assistem vão, finalmente, obedecer o mais importante ensinamento de Jesus Cristo: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.
E eu, mesmo não sendo religiosa, agnóstica por falta de convicção, me emociono até as lágrimas…
E rezo… para que toda aquela gente que baila e canta ao seu senhor e senhora seja benevolente consigo mesma, com o próximo e também com o distante… que a compaixão seja uma prática, mais que uma canção…

*Diana Navarro é uma conhecida cantora espanhola. Amei encontrar este vídeo no iutube.
É uma maravilha poder contar com esta ajudazinha.
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À Caminho de Granada…

Quando soube que iria visitar Granada, eu sabia muito pouco sobre a cidade, mas já tinha em mente três coisas muito importantes para ver. A primeira era a Alhambra, a cidade-fortaleza do último reino nazarí em Espanha, o monumento mais visitado do país. A segunda era estar em Fuentevaqueros e na casa de Garcia Lorca. E a terceira era conhecer a Capela Real da Catedral de Granada onde estão os restos mortais de Juana, la Loca.
Na época eu havia acabado de escrever alguns posts sobre ela e estava encantada em poder estar na mesma cidade onde a rainha havia desejado, inutilmente, enterrar o seu amado Felipe, el Hermoso. Talvez eu traga também para cá os posts sobre Juana. Vou pensar. Eu gostei tanto de escrevê-los!
Pero… há que respeitar os ensinamentos de Kavafis e aproveitar a viagem, antes de alcançar qualquer destino.
Aproveitei cada segundo da viagem de Madrid até Granada. É belíssima!
E como eu sabia que passaria pela Rota De Quixote, não tinha pressa alguma em chegar.
Admirei com calma a vegetação, os vinhedos espalhadas pelos dois lados da estrada, as bodegas de vinho, os moinhos de vento.

Para ir à Andaluzia desde Madrid é necessário atravessar Castilha La Mancha. E, como todos sabem, por aqui estiveram em espetaculares aventuras, Don Quixote e Sancho Pança, na fértil e prodigiosa imaginação de Miguel de Cervantes .
Na minha era como se os famosos personagens tivessem existido de verdade.Não canso de afirmá-lo, porque é assim que me sinto. Sempre. Para mim é como se tivessem feito parte da verdadeira história do lugar. Ali a fantasia e a realidade se entrelaçam de tal forma que eu podia ver sombras na colina, mais além do castelo e dos moinhos… e parecia escutar um murmúrio no ar que dizia: ” En algun lugar de La Mancha, de cujo nombre no quiero acordar…”
Me emocionei… soprei, quis ficar ali.
Por que temos tanta pressa em chegar se há momentos tão especiais para deixar-se estar?
Deixei-me estar, imaginando ver e ouvir o cavaleiro andante, o louco e sonhador fidalgo suspirando por sua amada Dulcinea e lutando contra os moinhos de vento como se fossem perigosos gigantes enfeitiçados pela negromancia de seus inimigos invisíveis!
Prometi a mim mesma voltar ali para estar um dia inteiro, talvez dois.
Há uma programação turística que leva pessoas de Madrid até essas paragens. Os moinhos foram recuperados, há restaurantes e pousadas lindas. Vale a pena!
Sugiro que venham… e deixem-se estar entre os caminhos por onde Don Quixote cavalgou com Rocinante e com o inseparável escudeiro e amigo Sancho. Sugiro que, “mientras tanto”, se puderem, escutem as músicas de El Hombre de La Mancha… deixem que lhes falem ao coração.
E então compreenderão que não há pressa alguma em sair dali…

Entre Castilha La Mancha e Andaluzia, há uma estreita e perigosa passagem entre as montanhas de Sierra Morena. Gostei do nome.
A passagem é a única possível para viajantes em carro partindo de Madrid. Vale o medo da estrada-serpente pela grande beleza de costear o Desfiladeiro de Despeñaperros. O nome é meio estranho, mas descobri que o signicado real vem da época das guerras entre moros e cristãos, em torno dos anos 1200.
Esta passagem dificultava o avanço dos árabes para a região e quando estes perdiam as batalhas eram chamados de perros ( cães ) e executados sem apelação, sendo atirados nas profundas gretas entres os enormes rochedos.


Por ali há um bar e restaurante chamado Casa Pepe. É um rincão interessante, pois guarda muitas fotos, recortes de jornais e referências à época franquista espanhola. O dono é um dos fãs mais fiéis de Franco e de seu regime fascista “desde que nasceu”.
É tão espalhafatoso que o lugar foi ficando famoso dentro e fora da Espanha. ” Se houvesse um prêmio ao local mais “kitsch” do país e de vocação mais fascista ele ganharia a medalha de ouro.” Garante o jornal espanhol El Mundo.
É um lugar para descer do carro e tomar um café ou uma cerveja, tirar umas fotos ou comprar alguma “recordação” de sua passagem, se é que interressa ao passante. Ele vende bandeiras, queijos com a cara do Caudillo (???… para meter a faca é?), dedais com os símbolos da Falange, soldadinhos de chumbo.
Mesmo que atualmente seja “politicamente incorreto”, eu parei.
Gosto de ver tudo.
A partir do desfiladeiro a paisagem muda completamente. E começam os grandes campos de olivos, famosos pelo bom azeite que produzem. Reconheci um cheiro no ar que invadiu minhas narinas e trouxe da memória lembranças de infância. Era um cheiro igualzinho ao do vinhoto da cana de açúcar nordestina.
Pensei em Lorca e seus cantos. Nos poemas que cheiravam à Granada em plena Nova York.

” Mi Pueblo: Quando eu era menino vivia em um povoadozinho silencioso e perfumado da vega de Granada. Tudo o que nele ocorria e todos seus sentires passam hoje por mim velados pela nostalgia da infância e pelo tempo. Eu quero dizer o que sentia de sua vida e de suas lendas. Eu quero expressar o que passou por mim através de outro temperamento. Eu anseio referir as distantes modulações de meu outro coração”
Quisera ser poeta também para escrever o que contam minhas raízes!
Elas guardam as memórias gravadas pelos cinco sentidos, por onde quer que eu vá.
Pois sim…antes de entrar em Granada fui ver o pueblo onde nasceu Federico Garcia Lorca, cruzando um caminho sombreado e lindo de chopos.

Mas Fuentevaqueros me pareceu uma cidade fantasma.
E era.
Naquela tarde, às quase 5 da tarde, não havia uma alma nas ruas… nem um jovem de bicicleta, nem uma criança, nem um velho sentando solitário em algum banco público.
Nada… Apenas o sol causticante sobre as casas de janelas pequenas, cobertas por cortinas estampadas.
Haviam também cortinas nas portas. Com certeza para que o ar pudesse circular sem trazer as moscas, nem perderem suas intimidades.
A gente podia apenas imaginar a vida por trás das cortinas…um costume herdado dos árabes e também muito utilizado nas quentes cidades do interior nordestino.

A Casa Museu é o número 4 da rua García Lorca. E estava fechada.
Desta vez, com porta de madeira, sem as cortinas que indicam vida, por mais escondidas que estejam. Era a hora final da siesta espanhola e nem a sorveteria estava aberta. Suspirei de sede e decepção. Mas não desisti.
Finalmente encontrei um pequeno cartaz que dizia: Horários de visita : 5:00h, 6:00h e 7:00h da tarde. Uff ! Faltavam apenas três minutos para as cinco!
E, “às 5 en punto de la tarde” ( uma referência a um dos seus poemas mais conhecidos) a porta se abriu e um homem apareceu perguntando se queríamos ver o museu. Compramos as entradas e como num passe de mágica, apareceram mais doze pessoas. Onde estavam eu não sei. Soube depois que só atendem 15 de cada vez. Éramos 14…
A porta se cerrou à nossas costas e o calor do sol desapareceu.
Como todas as casas da Andaluzia, a Casa de Lorca tem um pátio e um poço. E toda ela rescende a jasmim e frescor.
Vi suas pinturas de criança, seu quarto e seu berço, a cozinha e seus utensílios… um piano…
Só ali eu soube que ele também tocava piano e compunha belas canções.
A casa é muito simples. Vale pelo sabor de estar dentro da história do grande poeta. Não esperem um museu de verdade… ela não o é.
Na parte de cima, no antigo celeiro de grãos, havia uma pequena exposição, que varia de tempos em tempos.
Coube-me a do momento, sobre as cartas e fotos que o poeta trocou com sua grande amiga, Anna Maria Dalí, irmã do pintor surrealista espanhol, Salvador Dalí.
De cara, dei com o quadro que eu adoro e que conheci no Museu Rainha Sofia, em Madrid.
Era como encontrar uma velha amiga minha. Inclusive já utilizei-a num dos posts da história para estar aqui.Chama-se Muchacha en La Ventana.
Que delícia é viver devagar e observar pequenos detalhes que fazem as coisas mais belas!
Ps. Este post é uma adaptação de antigos arquivos do Cicatrizes da Mirada.

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