Coisas do Bom Comer

Bolo de Noiva

Queridos amigos, encontrei essa maravilha de reportagem e trouxe-a para meu blog. Não podemos perdê-la.

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Com massa escura de frutas e vinho, bolo de noiva é típico de Pernambuco

Receita é adaptação do bolo de frutas trazido pelos colonizadores ingleses.
Encontrada em todo o estado, releitura não se espalhou pelo Brasil.

Marina Barbosa

Bolo de noiva pernambucano tem massa escura encorpada que leva ameixa, frutas cristalizadas e vinho. Receita é coberta por glacê e, por vezes, leva camada de marzipã (Foto: Marina Barbosa / G1)Bolo de noiva pernambucano tem massa escura encorpada que leva ameixa, frutas cristalizadas e vinho. Receita é coberta por glacê e, por vezes, leva camada de marzipã. (Foto: Marina Barbosa / G1)

Nos casamentos pernambucanos, o bolo é escuro e tem a massa encorpada. Ninguém se espanta quando a noiva corta o glacê claro e serve uma fatia de cor oposta à do seu vestido. Mas a tradição surpreende quem vem de fora. O bolo de noiva que leva vinho, ameixa e frutas cristalizadas nasceu em Pernambuco e é um diferencial das cerimônias locais. A receita é obrigatória, sobretudo neste Mês das Noivas. Mas, nos outros estados do Brasil, é o bolo branco herdado dos portugueses que coroa as comemorações nupciais.

A professora de pâtisserie Cristianne Barros explica que o bolo típico dos casamentos pernambucanos é uma releitura da receita trazida para o estado pelos colonizadores ingleses. “Acredita-se que este bolo surgiu de uma adaptação do bolo de origem britânica, com a colonização dos ingleses em Pernambuco. Era uma receita de bolo branco com frutas cristalizadas e vinho que foi adaptada nas cozinhas senhoriais dos grandes engenhos de açúcar, onde era comum a adição de ingredientes nativos às receitas de família”, explica. Dessa forma, as frutas britânicas foram substituídas pelas frutas locais. A cereja foi trocada pela ameixa e passas foram acrescidas às frutas cristalizadas. O vinho do Porto, que era caro, também foi trocado pelo vinho moscatel.

Frutas cristalizadas, ameixa e vinho são o diferencial da receita pernambucana (Foto: Marina Barbosa / G1)
Frutas cristalizadas, ameixa, passas e vinho são diferencial da receita estadual. (Foto: Marina Barbosa / G1)

E, como todo bom pernambucano não dispensa um toque extra de açúcar, a receita ainda ganhou uma cobertura de glacê, que hoje também concede ao bolo de cada casamento uma decoração singular. “A riqueza do açúcar no Nordeste, fato descrito pelo escritor e sociólogo Gilberto Freyre em sua obra ‘Açúcar’, relata uma cultura de abundância de açúcar nas preparações da confeitaria pernambucana, tornando-a a mais doce do país. Por este motivo, a este tipo de bolo foi acrescida uma cobertura de açúcar muito conhecida como glacê branco ou  glacê mármore, feita com base de claras, açúcar de confeiteiro e suco de limão”, conta Cris Barros. Com o tempo, também tornou-se normal encontrar uma camada de marzipã — doce de amêndoas moídas — entre a massa de frutas e a cobertura de açúcar.

Bolo de noiva é servido com cobertura de glacê que oferece uma decoração única para cada produto. Esses foram confeitados por Jane Asfora, uma das boleiras mais tradicionais do Recife (Foto: Marina Barbosa / G1)
Bolo de noiva é servido com cobertura de glacê que oferece uma decoração única para cada produto. Esses foram confeitados por Jane Asfora, uma das boleiras mais tradicionais do Recife. (Foto: Marina Barbosa / G1)

A adaptação do bolo britânico acabou, então, ganhando vida própria. A receita reinventou-se no estado, transformando-se em um bem da culinária pernambucana. Hoje, parece não haver casamento que não reserve uma mesa especial para o bolo por aqui. O doce é consumido até em outras festas, como aniversários e batismos. Ainda há a tradição de guardar um pedaço do bolo do casamento para comer um ano após a celebração. Guardado no congelador, ele não estraga porque o vinho contribui para sua conservação, segundo Cris Barros.

O quitute chega até a ser exportado pelos pernambucanos que moram e casam em outros estados. A família Asfora, tradicional no preparo do bolo no Recife, é uma das que levam o produto para fora. “Antigamente, o bolo ia em aviões de frete. Mas hoje esses aviões rodam muito antes de chegar ao destino final. Por isso, alguns bolos acabaram quebrando. Ficamos tristes e cancelamos as exportações. Mesmo assim, ainda tem quem faça questão de ter este bolo no casamento. Então, eles pagam a passagem de avião e nós vamos, já com a massa pronta, preparar o bolo no local da festa. Assim que acabamos, voltamos para o Recife”, conta Jane Asfora, que leva o negócio com a irmã Eliane desde a morte da mãe Leni, fundadora da tradição.

Cris Barros faz questão de ensinar receita tradicional aos alunos para perpetuar tradição (Foto: Marina Barbosa / G1)
Cris Barros ensina receita típica a alunos a fim
de perpetuar tradição. (Foto: Marina Barbosa / G1)

“Este é um bolo tipicamente pernambucano. É servido em todas as regiões do estado, mas não é encontrado no restante do país. Só ouvimos falar de bolos como esse raras vezes em João Pessoa, talvez porque seja muito próximo do Recife”, explica Cris Barros. “O tradicional bolo de noiva pernambucano se diferencia dos demais estados brasileiros, por conter massa escura feita com base de ameixa, passas e frutas cristalizadas, deixadas de molho no vinho. Enquanto isso, em outros estados, o bolo é feito de massa branca, ou seja, massa de pão de ló amanteigado com diversos recheios”, completa a professora. É por isso que Cris faz questão de dedicar uma lição inteira do curso de gastronomia do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) para o bolo de noiva. “Quero que os novos alunos aprendam a receita para garantir a permanência desta tradição”, explica.

Mas a professora lembra que a receita tradicionalmente pernambucana também ganhou adaptações ao longo do tempo. No Agreste, por exemplo, é comum incorporar doce de goiaba à massa de frutas. E quem não gosta de frutas cristalizadas ainda pode optar por uma massa feita exclusivamente de ameixa. A decoração também reinventou-se e hoje já há bolos que não são totalmente cobertos pelo glacê branco. São os chamados naked cakes, que alternam o glacê com partes aparentes de massa escura. Para Cris, a tendência já é um sucesso na confeitaria moderna e ganha cada vez mais adeptos porque confere um tom diferente de sofisticação ao bolo.

Naked cakes alternam cobertura de glacê com partes aparentes da massa escura de frutas e vinho, dando uma nova cara ao bolo de noiva tipicamente pernambucano. Esses foram feitos por Cristianne Barros (Foto: Marina Barbosa / G1)
Naked cakes alternam cobertura de glacê com partes aparentes da massa escura, dando nova cara ao bolo de noiva pernambucano. Esses foram feitos pela professora Cristianne Barros. (Foto: Marina Barbosa / G1)

Famosa no Recife por produzir o tradicional bolo de noiva desde a década de 1950, a família Asfora diz que é a responsável pela criação do bolo de ameixa. Mas as herdeiras de Leni Asfora fazem questão de lembrar que esta é a única adaptação da receita na casa. Todos os outros bolos são preparados no modo tradicional. As únicas adaptações são aquelas que fizeram a receita se consagrar nas mãos de Leni Asfora. “O bolo sempre foi feito em família. Mamãe passava os dias cozinhando e nós acabamos aprendendo. Quando ela faleceu, em 1992, assumimos a cozinha para manter a tradição. A receita leva todos os ingredientes tradicionais, mas é uma receita de família, com os segredos de mamãe. Ela aprimorou o preparo do bolo e nós não contamos esses detalhes para ninguém”, diz Jane Asfora, afirmando que este é o sucesso da família na empreitada.

As irmãs Asfora também se orgulham em dizer que mantêm o preparo artesanal do bolo, que ainda é feito na mesma casa em que a mãe vivia, no Derby, área central do Recife. Mesmo aos 71 e 64 anos, as duas cuidam de tudo sozinhas, desde a separação das frutas até a confeitaria. O trabalho, diz Jane, as mantêm junto da mãe. “Ela tinha um amor muito grande por isso e nos transmitiu. Fazendo isso, também sentimos que ficamos perto dela. Cada cliente antiga que chega e fala dos bolos que mamãe fez nos deixa ainda mais orgulhosa dela”, afirma.

Jane Asfora, 71, mantém a tradição da mãe com a irmã Eliane. As duas preservam receita tradicional e preparo artesanal (Foto: Marina Barbosa / G1)Jane Asfora, 71, mantém a tradição deixada pela da mãe com a irmã Eliane, 64, na mesma casa em que moravam na infância, no Recife. Elas ainda preservam receita tradicional e preparo artesanal do bolo.
(Foto: Marina Barbosa / G1)

Já que as irmãs não revelam o segredo do seu bolo para ninguém, o G1 pediu que a professora Cristianne Barros ensinasse a receita tradicional do bolo de noiva. Ela lembra que a receita é trabalhosa. Só as frutas precisam passar 48 horas marinando no vinho para ficar com o gosto acentuado. Ainda é preciso preparar o doce de ameixa antes de botar a mão na massa. Terminado o processo, o cozimento dura até cinco horas. Mas Cris gosta de ensinar a receita. Segundo ela, é o modo de perpetuar a tradição. Acompanhe o passo a passo em fotos clicando aqui.

Confira a receita do bolo de noiva pernambucano da professora de pâtisserie Cristianne Barros

>> Ingredientes

500 g de manteiga
500 g de açúcar mascavo ou demerara
6 ovos inteiros
500 ml de vinho do porto ou 750 ml de vinho moscatel
500 g de frutas cristalizadas
500 a 700 g de ameixas sem caroço
500 g de passas sem sementes
500 g de farinha de trigo
100 g de cacau em pó (opcional)
2 g de sal
15 g de bicarbonato de sódio
100 g de cacau em pó 50% cacau (opcional)
20 g de fermento químico
2 g de noz moscada em pó

>> Modo de preparo

1) Para o doce de ameixa, separe 750 g de ameixa, 200g de água (ou até cobrir a quantidade de ameixa) e 200 g de açúcar
2) Deixe as passas e as frutas de molho no vinho por no mínimo 48 horas, o ideal é de 5 a 7 dias. O vinho do Porto pode ser substituído por vinho moscatel. Nesse caso, é aconselhável fazer a redução dele para que o mesmo fique mais encorpado, agregando mais sabor
3) Bata a manteiga com o açúcar por 5 minutos ou até o creme ficar esbranquiçado
4) Junte os ovos e bata a massa até ficar homogênea
5) Acrescente o doce de ameixa. Aos poucos, vá acrescendo os demais ingredientes secos
6) Intervale a colocação dos ingredientes secos com o vinho
7) Junte as passas e as frutas cristalizadas bem trituradas. Pode-se triturar a metade e colocar a outra parte inteira
8) Aqueça o forno em temperatura média a 180°C .Unte e esfarinhe a forma redonda e alta de 26 cm de diâmetro. Não é necessário untar aas laterais, evitando assim que o bolo tenha partes desiguais
9) Asse em média por 55 minutos ou até que, ao espetar um palito, ele saia limpo. Ou, se preferir, asse em banho-maria no forno a 180°C. Nessa cocção serão necessárias, em média, 3 a 4 horas para que o bolo fique totalmente assado e obtenha uma textura molhada

 

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Gastronomia Andaluza

 

Um dos pratos que mais gosto quando estou em Córdoba é o Salmorejo.

Consiste de uma sopa cremosa de tomates para tomar fria.

É prima do Gazpacho Andaluz, só que tem uma consistência diferente e leva menos ingredientes. É simples de fazer e deliciosa!

Aí vai a receita de minha cunhada.

Ela faz o melhor salmorejo que já comi.

 

Aproveitem!

1.1/2 KG DE TOMATES FRESCOS
1/2 KG DE PÃO DURO (DO DIA ANTERIOR)
1 DENTE DE ALHO
300 ML DE AZEITE DE OLIVA
GOTAS DE VINAGRE DE VINHO
SAL A GOSTO
1 OVO COZIDO
Deixe o pão de molho na água para que amoleça. Depois escorra bem, espremendo com a mão e junte aos tomates picados, o alho, o sal e umas gotinhas de vinagre. Triture bem e vá juntando  o azeite pouco a pouco para que se forme um creme.
Depois de provar para ajustar o sal e o vinagre, passe por um coador para retirar qualquer indício de peles ou sementes de tomate.
Leve à geladeira por uns vinte minutos.
O Salmorejo de Córdoba deve ser servido frio, mas não muito gelado.
Sirva num prato fundo e por cima jogue uns trocinhos de ovos duros e quadradinhos de presunto crú.
É uma delícia!!!!
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Tentações…Bolo de Chocolate Express!

Nem só de música vive o meu espírito!

Essa coisinha tão linda é um bolo. Simpático não é????
E a foto está maravilhosa! Dá vontade de ir imediatamente à cozinha e começar a fabricar um. Ainda mais quando se sabe que ele vai ficar pronto em aproximados 3 minutos!
Três miseráveis minutinhos… para uma dose maciça de serotonina nos neurônios sofridos de uma ex-tranquila mulher, atacada covardemente por uma TPM fora de hora e de lugar!
Claro… estou aqui lutando para não ceder à chantagem da foto, que quase dá para a gente sentir o gosto do bolo. E por cima a receita, simples, fácil, leve e rápida é absolutamente irresistível!
Aí vai a danada…
Enquanto vocês lêem, eu vou ali na cozinha…beber água.

BOLO NA CANECA

(Por Anna Aurich)
Encontrada no blog da Angela Maria. Copiei tal qual.
bolo na caneca em 3 min.
Então… Imagine uma cozinha gostosa, uma boa música tocando no IPod… e de repente você resolve tomar um chocolatezinho básico e quente, antes de ir dormir. Pensamento razoável em tempos de TPM menopausico!
( Já sei que os homens também tem menopausa, chama-se andropausa e eles resolvem com uma cervejinha, um jogo e o controle remoto da TV. )
Tá bom, supondo que a foto também inspire os representantes do genero masculino adeptos ao chocoserotoninalate…. seguimos.
Agora você decide dar asas à sua imaginação, pega uma bela caneca de 300ml e alguns ingredientes no armário. Aí vc bate os ingredientes na própria caneca c/ um garfo e põe no microondas por 3 minutos. A felicidade lhe invade imediatamente porque você já sabe o que vem pela frente.
OH GOD! OH YES!

INGREDIENTES

– 1 ovo pequeno
– 4 colheres (sopa) de leite
– 3 colheres (sopa) de óleo
– 2 colheres (sopa) rasas de chocolate em pó
– 4 colheres (sopa) rasas de açúcar
– 4 colheres (sopa) rasas de farinha de trigo
– 1 colher (café) rasa de fermento em pó

MODO DE PREPARO

Coloque o ovo na caneca e bata bem c/ garfo.
Acrescente o óleo, o açúcar, o leite, o chocolate e bata mais.
Acrescente a farinha e o fermento e mexa delicadamente até incorporar.
Leve por 3 minutos no microondas na potência máxima.
OBS.A massa crua é mais mole q a de um bolo normal mas é assim mesmo. Não aumente a farinha ou terá um bolo duro!
Esta fórmula em dobro dá para três canecas de 300 ml.

DICAS

– A caneca deve ter capacidade de 300ml.
– 2 min e 30 seg. na potência máxima são suficientes.
– A medida de colher é sempre rasa.
– Vc pode servir este bolo c/ coberturas, caldas, castanhas e sorvete.
E pode comer quente!
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Imaginou???
Repetindo uma amiga pernambucana quando veio à Madrid em plena dieta:

“Chocolate podje… Água não podje!”

Oh, jesuscristinho…me proteja das tentações!

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Bolo de Noiva (Cap 23)

À pedidos, vou publicar a receita do bolo de noiva , estilo pernambucano, que eu mesma fiz, aqui em Santorcaz.
Claro que, para o casamento, eu contratei duas tortas maravilhosas na pastelaria artesanal perto de casa. Uma de damasco e outra de nozes. Deliciosas!
Pero…O paladar dos madrilenos para doces é muito diferente do meu. Eu gosto de doce que leva açúcar. Doce, doce. Aqui as sobremesas são meio “sosas“, falta açúcar. Em compensação, eles gostam de muita gordura e os cremes e natas abundam. Puff..
pastel de la boda Então… como o casamento era MEU, eu queria um bolo de noiva pernambucano. Pronto.
Liguei para a boleira mais maravilhosa do mundo, minha cunhada, bruxa das boas, já disse aqui. Anotei passo a passo suas recomendações e resolvi arriscar-me.
Mas decidi fazer um bolo pequeno e apoiar a sobremesa oficial nas tortas que havia encomendado, pois não queria impor meu gosto aos convidados
Tá bom,tá bom… para ser muito sincera, também não quis arriscar fazer uma merreca de bolo. Eu sou um tanto perigosa na cozinha… e mais quando o assunto é pão ou bolo.

Eles queimam, suicidm-se, murcham, viram pedra… ou papa. Em quase 90% das tentativas. É uma estatística ” de peso”!
Mas não desisti da ideia…
Acertei nos 10%. Ficou ótimo! E não sobrou nem um pedacinho pra guardar no congelador por um ano, como manda a tradição.
Bueno, nada é perfeito… valeu ter feito, acertado e compartilhado com todos minha obra de arte culinária!
Aí vai a receita…

BOLO DE NOIVA

INGREDIENTES:
– 150 gr. de passas s/caroço
(Obs. deixar de molho em 1/4 copo de vinho doce na véspera)
150 gr. de frutas cristalizadas picadas
(Obs. deixar de molho em 1/4 copo de vinho doce na véspera )
– 300 gr. de ameixas s/ caroço
(Obs: fazer um doce dessa ameixa com 2 x. de água e 1 x. de açúcar na véspera. )
-300 gr. de manteiga
-300 gr. de farinha de trigo peneirada
-3 c/sopa rasas de fermento em pó
– 3 x. de açúcar
– 6 ovos
– 1 pitada de sal
– 1 pitada de noz moscada
– 1 x. de chocolate amargo
– 3 copos de vinho doce ( moscatel )

MODO DE FAZER:
Bater o açúcar com a manteiga, o sal e as gemas. Acrescentar a farinha de trigo, o fermento e a noz moscada. Juntar aos poucos o vinho e por fim o chocolate.
Acrescentar as frutas e passas umedecidas com o resto do vinho e finalmente juntar o doce de ameixa.
Untar uma forma com manteiga e polvilhar com farinha de trigo. Pré aquecer o forno por 10 minutos à temperatura de 170·.
obs. Eu usei uma forma retangular, mas acho mais bonito em duas formas redondas para que se possa montar o bolo.
Manter o bolo nesta temperatura por +- 1 hora.
Verificar a consistência com um palito. Não deixar secar demasiado. Deixar esfriar antes de retirar da forma.
Obs: Se o forno for muito forte, deixar uma vasilha com água em baixo da grade, para criar um pouco de umidade.

COBERTURA
Eu polvilhei açúcar glacê sobre o bolo frio. Mas o bolo VERDADEIRO leva uma cobertura de açúcar maravilhosa que ELA sabe fazer… Um dia eu aprendo!

*A foto é do bolo que Jacyra fez para nós quando fomos comemorar o casamento em Recife. ( Receita de Jacyra, uma boleira pernambucana. Quem quiser encomendar! )

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Fresas ou Fresones… para mim é tudo Morango!


Pois sim…
A primavera antecipada encheu de flores meus prunos… e esta é minha visão desde a janela do gabinete.
Estas belas e perfumadas árvores me enchem de uma alegria mansa, doce.
Minha colina inteira está cheia destes pacotes de alegria perfumada. Aqui e acolá também florescem as amendoeiras… e já pude ver três ou quatro amapolas no caminho para Alcalá de Henares!
Tudo mundo já sabe de minha paixão pelas amapolas. Mas eu sempre me surpreendo com o tamanho de minha emoção quando as vejo.
……………………………………………………..
Uhhhhh… também tenho morangos enormes no balcão da cozinha. Tantos que resolvi fazer uma sobremesa especial para o jantar de hoje. Está belíssima!
Querem aprender?

RECEITA!
Para o creme:
1 lata de leite condensado
1 lata de leite de vaca
1 colher de sopa de maizena
2 gemas
1 pacote de creme de leite.
Para os biscoitos:
1 pacote de biscoitos champanhe
½ xícara de leite
½ taça de conhac
Leve ao fogo o leite condensado, a maizena, as gemas e o leite de vaca. Mexa em fogo baixo até fazer um creme. Reserve e deixe esfriar. Acrescente um pacotinho de creme de leite. Reserve.
Em um prato fundo, misture a ½ xícara de leite com a ½ tça de conhac e embeba os biscoitos.
Em um pirex retangular, arrume os biscoitos, derrame por cima o creme e leve à geladeira.
Antes de servir corte os morangos em metades e espalhe por cima do creme.
É leve e muito fresco!!!
…………………………………………….
OBS: Se quiser incrementar a receita, faça um doce com alguns morangos cortadinhos em cubos, 1 xícara de água e 1 de açúcar. Deixe esfriar e forre o fundo do pirex com ele, antes de deitar por cima os biscoitos embebidos.
Fica um absurdo de bom!!!!

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Um Sábado Com Gosto de Beethoven e de Maçã…

Há névoa lá fora…

Na sala,  Baremboin rege uma orquestra e faz soar a Nona Sinfonia de Beethoven.
Nada mais lindo que escutar o terceiro movimento enquanto misturo maçãs e canela, viño dulce e trigo, na intenção de fazer um bolo gostoso e perfumado.
Para uma mulher que nunca soube cozinhar, o momento é de grave introspecção.
( Meus bolos costumam suicidar-se.)
Pelo vão da porta percebo no lado esquerdo do salão olhos-de-mar-azul que lê sobre barcos do passado. A névoa se adensa ainda mais. O frio embaça as árvores nuas de meu jardim. Solfejo umas notas da frase musical do Adagio Molto e Cantante que reconheço de toda a vida com a voz daquela menina que vivia em Casa-Forte. Outra época, outra bruma, outra mulher.

Sirvo vinho doce em copas finas. Sabor macio e confortante
Que momento este!
Beethoven, ele, eu… cheiros de bruma e de maçãs assadas na manhã fria de um sábado qualquer.
Depois ainda dizem que sonhar é bobagem.
… e ser feliz um capricho da imaginação.
Que seja! Diliça de capricho!
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A receita vai abaixo. Facil, limpa e simples.
E o melhor, sem instintos suicidas. Deu certo e ficou lindjo!

BOLO DE MAÇÃ E CANELA
(Bizcocho de manzana y canela)
INGREDIENTES:
5 maçãs grandes – 5 manzanas grandes
2 xícaras (chá) de açúcar – 2 tazas( té) de azucar
3/4 de xícara (chá) de óleo de milho – 3/4 de taza (té) de aceite de maiz
3 ovos – 3 huevos
2 xícaras (chá) de farinha de trigo – 2 tazas (té) de harina de trigo
1 colher (sopa) de fermento em pó – 1 cuchara ( sopa) de levadura en polvo
1 colher (sopa) de canela em pó – 1 cuchara ( sopa) de canela en polvo
Açúcar e canela em pó para polvilhar – azucar y canela en polvo para polvorear

MODO DE PREPARO:
(Modo de Hacer)
Bater no liquidificador o açúcar, o óleo de milho, os ovos e uma maçã picadinha.
( Batir en la batidora el azucar, el aceite, los huevos y una manzana picadita.)
À parte peneirar a farinha de trigo, o fermento, a canela e juntar a mistura que foi batida no liquidificador.
( A parte colar la harina de trigo, la levadura, la canela y adicionar la mezcla que fue batida en la batidora)
Picar as maçãs restantes e adicionar à mistura.
( Picar las mazanas que restan y adicionar la mezcla)
Colocar em uma fôrma untada com mateiga e farinha de trigo. Por cima polvilhar o açúcar e a canela, cobrir com papel alumínio e levar ao forno – previamente aquecido – por aproximadamente 40 minutos.
( Poner en un molde untado con mantequilla y harina de trigo. Polvorear com azucar y canela e llevar al horno previamente calentado por 40 minutos)
DICAS:
(Sugestiones)
Este bolo fica ainda mais gostoso no dia seguinte que foi feito, pois fica molhadinho.
( Este bizcocho queda mejor al dia siguiente, pues queda mas mojadito)
Não é necessário conservar em geladeira.
( No es necesario conservar en la nevera)
Pode substituir as maçãs por cerca de 5 bananas.
( Puede sustituirse las manzanas por 5 plátanos )
Eu acrescentei uma pitada de sal e outra de noz moscada.Mais umas 50 gramas de nozes picadas.
(Yo puse una pizca de nuez moscada, una pizca de sal y unas 50 gr. de nueces)
Ps.Cada porção contêm um número qualquer aí de calorias, mas posso garantir que tem também uma quantidade extraordinária de prazer!!!
Humn ! que perfume!
Ps. O post sobre o casamento vem esta semana.

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Pecados da cozinha manchega…

FRITILLAS
Esta receita eu encontrei na Internet. Achei-a mal explicada, mas vou deixar aqui, por enquanto. Só para quem queira ( e saiba ) experimentar. Eu não me arriscaria!
A foto das ditas cujas foi eu mesma quem fez. Douradas e apetitosas, não é?

Ingredientes
• Farinha de trigo
• Levadura
• Sal
• Agua
• Azeite de oliva
• Açúcar
Elaboração
Em uma tigela funda se põe água, um pouco de sal y levadura. (As quantidades variam com relação a quanto de massa se quer fabricar.) Se mexe para que se dissolvam, a levadura e o sal. Se adiciona a farinha movendo com as mãos até que a massa fique como para pão. ( Nesse caso acho melhor ver uma receita de pão, não é?)
Se cobre com um pano e se deixa repousar para que fermente.
Quando tenha crescido a massa, se vai troceando em bolas do tamanho de meio ovo (?!) e se estende com as mãos. Se frita numa figideira com BASTANTE azeite e muito quente. Uma vez fritas, se põe num prato com papel para que absorva o excesso de azeite. Ao servir se salpica com açucar.

Também vi outras receitas que usavam ovos e leite, mas… pensando bem, quer facilitar sua vida?
Compre a massa de pão crua na padaria e só abra e frite em casa! Aposto que vai sair bem. Esse negócio de dar receita sem as quantidades me deixa louca!

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Delícia do Dia…


Que eu vou compartir aqui.
Claro, só virtualmente. Que fazer?
De qualquer forma fica a dica: se você um dia se encontrar frente a frente com uma coisa assim, reze, peça perdão pelo pecado capital que vai cometer… e mãos à obra! Ou seja, caia de boca!
Antes, alguns requintes de um ritual preparatório podem ser necessários. Uma Torta del Casar merece. É um pouco caro, mas vale cada centavo!
Esse manjar espanhol é um queijo de fabricação artesanal, feito com leite cru de ovelha, coalho vegetal e sal.
“Su principal característica es su textura altamente cremosa, que en ocasiones hace que la pasta pueda llegar a derramarse a través de las grietas de la corteza. Con un aroma característico y un gusto intenso y desarrollado, resulta fundente al paladar, muy poco salado y ligeramente amargo, debido al uso de cuajo vegetal.”
Sentiram?

Tá. Então prepare-se psicologicamente para pecar sem culpa, escolha uma boa música, uma boa garrafa de vinho, tinto por favor, duas taças transparentes, ( aviso que pecar acompanhado é infinitamente mais gostoso ) pepininhos e cebolinhas picantes e azeitonas.
Sente diante de uma mesa redonda coberta por uma bela toalha branca de algodão, sem pressa abra a garrafa de vinho e sirva as taças, corte pedacinhos de um pão chapata bem crocante e… abra o queijo com um corte circular na parte superior. O perfume é fantástico!
Agora é só untar os pedacinhos de chapata com o cremoso e magnífico queijo que está ali guardado para você! Sinta uma felicidade mansa que vem das extremidades nervosas de sua lingua e que se espalha pelos seus neurônios e agradeça a Deus pela condescendência!
Tin-Tin!

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Lo Más Simples…

A mais comum de todas as receitas andaluzes é o desayuno, ou seja, o café da manhã.
Simples, saudável e barato. Experimente!
Um bom pão cortado em dois e assado na chapa.
Um bom azeite virgem de oliva
Um tomate fresco ralado
Sal
Obs: O tomate não deve ser triturado pois perde a cor. Melhor usar o ralador de queijo. Corte o tomate em duas partes no sentido longitudinal e esfregue sobre o ralador com a parte da pele voltada para dentro da sua mão. Assim todo o tomate será aproveitado menos a casca que ficará protegendo seus delicados dedinhos.
Modo de Servir:
Fure a tostada com a ponta do garfo e derrame uma boa porção de azeite. Depois espalhe uma porção de tomate ralado e por cima de tudo uma pitadinha de sal.

É possível incrementar a receita, servindo por cima do tomate ralado pequenos pedacinhos de jamon ibérico.
Mas garanto que a receita simples já é deliciosa!
Prove!
Acompanhe com uma boa e grande xícara de café com leite bem quente.
Cuidados : Resista à tentação de repetir a dose!
** Tem gente que esfrega um dente de alho levemente sobre a tostada antes de todo o resto. Tem gente que prefere não ralar o tomate e esfregá-lo diretamente sobre o pão ou tostada. Acho isso interessante, pois se economiza ter que lavar o ralador. Realmente muito boa essa lembrança!
Pero… me gusta mais apresentar o tomate ralado num bela tigela transparente.
É bonito, não é não!?

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Um Verão em Madrid…

Uma semana de turista…no verão madrileño!
Parece muito bom, mas… nem tanto.
Pois sim… receber visitas com vontade de conhecer Madrid nesta época é um tanto desgastante. Não para eles, claro. Estão loucos para ver tudo e isso significa não parar um instante. Não querem perder tempo!

Para quem vive aqui e já conhece muitos dos lugares emblemáticos da cidade, sair sob um sol a pino pela Plaza Mayor e adjacencias, sorrindo e parando para tirar fotos é quase como fazer uma penitência.
Assim, já aviso aos meus amigos, quando eles vêm visitar-me nesta época, que escolheremos lugares mais frescos para passear.
Aliás, o ideal é que não escolham o verão para conhecerem Madrid.
A primavera, seguida pelo outono, são as estações do ano mais propícias para aproveitar tudo o que a cidade e suas imediações oferecem em termos culturais e gastronômicos, sob um clima delicioso! Fresco, mas não frio. Ou cálido, mas não quente.
Naturalmente, durante o verão madrilenho há menos trânsito, mais lugares para estacionar e muito para se ver e fazer. Mas o calor é sufocante e o sol só abandona a cidade depois que se cansa… lá para muito depois das nove da noite.
Não é a toa que os habitantes da cidade fogem durante o mês de agosto em busca das praias, por mais cheias que estas estejam. E se não conseguem um lugarzinho ao sol diante de um mar refrescante, sobem as montanhas e se deleitam em pequenos “pueblos” de clima mais ameno. Na cidade ficam os que não podem sair de jeito nenhum… e os turistas.
Como sou uma eterna turista na Espanha, já conheço as malícias de cada estação. E para o verão já fiz minha cartilha.
Uma de suas regras é que nas horas de muito sol e calor visito um museu, uma catedral ou um palácio.Nas horas mais frescas, os monumentos ao ar livre, as praças, as ruas.


Outra dica é não comer demasiado. Jamais almoçar. Os bares e restaurantes espanhóis são especialistas em tapas. Deliciosos bocadinhos de tudo: frutos do mar, tortilhas de batatas, pinchos de carne ou peixe, saladas. Existem tapas para todos os gostos. São baratas, matam a fome e servem como pequenos descansos entre um lugar e outro. Acompanhadas de vino-verano, cervejas ou granizados, são leves e refrescantes.
Se a gente pára e almoça, depois dá uma preguiça, um sono, uma vontade de desaparecer embaixo da primeira árvore que ofereça meio metro de sombra.
Mais uma das minhas regras: se eu estiver perto de casa ou do hotel, procuro sair perto das seis da tarde. Dá tempo de ver tudo ( igrejas, museus, etc) nos horários em que ainda há muito sol, pois todos abrem até mais tarde durante o verão. E depois, quando saio às ruas, já há um sol mais amoroso e a luz do entardecer é fantástica para as fotos.
O passeio fica mais agradável… e o sol ainda presenteia a gente com seu lento ritual diário de esconder-se, rubro e cansado, por trás das colinas.
Os terraços já estão com suas mesinhas convidativas cheias de gente tomando suas copas, cafés ou chás gelados.
As coisas e pessoas ganham uma dimensão distinta durante o anoitecer. As sombras das altas casas de belas buardilhas tornam-se alongadas e deformes e enfeitam as ruas… O vento acorda de la siesta (que ele nem é bobo nem nada) e sopra levemente sobre saias leves e calças folgadas de algodão, típicas vestimentas do verão espanhol.
O cansaço é muito menor e o prazer muito maior.
Já faz tempo que desisti de ser uma turista que quer vê TUDO em dois dias. Ou fico mais dias… ou vejo muito menos, mas com muito mais sabor.


E por falar em prazer e sabor fui assistir uma Antologia de Zarzuelas, na Plaza de Toros de Madrid.
Adorei.
A Zarzuela é uma opereta típica espanhola. Eu nunca havia visto nenhuma e fiquei encantada com a qualidade de seus intérpretes, coros e balés. As castanholas e os sapateados são marca registrada da Espanha em todos os tempos. Pena que não estávamos em um teatro de verdade. A Plaza é grande demais para uma apresentação teatral desse porte.
Mas valeu como primeira experiência.
A música que está tocando agora no blog é de uma das Zarzuelas mais conhecidas. Chama-se La Verbena de la Paloma.
Se um dia vierem à Espanha, não percam um espetáculo assim.
E recordem de mim…Vale?

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